Ser pensante
sábado, 25 de fevereiro de 2012
O Pequeno Príncipe
O Pequeno Príncipe é um menino que morava sozinho em um pequeno asteroide e gostava muito de ver o pôr-do-sol quando estava triste. Ele cuidava do seu pequeno planeta, revolvendo os três vulcões da altura de seu joelho e arrancando os arbustos de baobás que poderiam destruir tudo.
Um dia, apareceu em seu pequeno planeta uma rosa, a quem aprendeu a conhecer e a amar. Mas com o tempo, eles passaram a se incomodar com coisas sem importância e o principezinho decidiu, então, partir e viajar pelo mundo.
Na sua viagem, passou por sete planetas onde encontrou pessoas e ensinamentos: um rei cuja autoridade repousava sobre a razão; um vaidoso que só ouvia os elogios; um bêbedo que bebia para esquecer que tinha vergonha de beber; um homem de negócios que era rico para ser rico; um acendedor de lampião que seguia o regulamento, sem nunca questioná-lo; um geógrafo que sabia sobre rios, montanhas e vulcões, mas nunca tinha deixado sua escrivaninha para ver de perto nenhum deles.
No último planeta, a Terra, o pequeno príncipe vagou um tempo sozinho, encontrou uma serpente, escalou montanhas que repetiam o que ele gritava, conheceu a raposa que lhe ensinou a importância da amizade, e viu um jardim repleto de rosas todas iguaizinhas a sua rosa, mas nenhuma igual a sua rosa.
No fim de sua jornada, o príncipe acabou encontrando um aviador que tinha sofrido uma pane no deserto e que estava apenas preocupado em consertar o avião e sobreviver - tinha deixado de desenhar elefantes dentro de jiboias quando criança.
Os dois ficaram sete dias juntos, o aviador desenhou um carneiro para o príncipe e foi compreendendo seu amor pela rosa; encontraram uma fonte no deserto e choraram um pouco quando cada um foi para casa rever sua rosa.
É um livro encantador, repleto de poesia e sensibilidade. Foi meu livro de cabeceira durante anos, até que fiquei Grande.
De vez em quando releio e me pego olhando as estrelas em busca de uma flor escondida.
A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar.
sábado, 17 de dezembro de 2011
Mamma Mia!
Mamma Mia! Espetacular!!!
Sempre gostei das músicas do Abba, mesmo não tendo vivido aquela época.
Em 2008, quando vi o filme Mamma Mia com Meryl Streep, tive vontade de sair dançando pelo cinema.
Desde o ano passado, quando estreou o musical Mamma Mia no Teatro Abril em SP, fiquei com vontade de ir ver a peça. Era mais um musical do Teatro Abril, provavelmente tão belo quanto A Bela e a Fera, Fantasma da Ópera, Miss Saigon e Cats.
Semana passada, faltando apenas uma semana para o encerramento do espetáculo, decidi, de repente, que ia a SP ver Mamma Mia.
Foi simplesmente maravilhoso. As interpretações de Kiara Sasso e Saulo Vasconcelos foram, como sempre, primorosas. A versão das músicas do Abba para o português foi cuidadosa e nos fazia entender a estória sem perder a musicalidade.
Ao término do espetáculo, os atores cantaram três músicas do Abba na versão original em inglês. Nesta hora, todos de pé aplaudindo, tive vontade de sair dançando.
Mas... todo mundo comportadinho... fiquei sem jeito e me contive.
Agora é dançar Abba no meu apto em Brasília, lembrando do filme ou da peça.
Quem sabe em 2012, em Nova York, possa sair dançando pela Broadway.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Um Dia
De novo em uma viagem ao Rio acabei comprando e lendo um livro. Desta vez o livro escolhido de modo rápido no aeroporto, Um Dia, mostrou-se uma grata surpresa.
Trata-se de uma estória sobre um homem e uma mulher que se conhecem em 1988 na faculdade e continuam se cruzando pelos próximos 20 anos. Durante este tempo, os dois experimentam várias situações em suas vidas: medos, angústia sobre o futuro após a faculdade, erros, fracassos, frustração por o futuro não ser o que se sonhava na juventude, resignação com a vida possível, felicidade com as coisas mais comuns e consideradas idiotas na juventude.
Todas as experiências são compartilhadas de perto ou de longe pelo outro, por um motivo presente mas não abertamente declarado: o amor.
Quando eles finalmente, já maduros, aos 40 anos, conseguem reconhecer e assumir seus sentimentos, um evento acontece para lembrar o quanto tudo pode ser fugaz.
Um belo livro que mostra as dúvidas e incertezas que temos. Quem é jovem vai se identificar da fase jovem dos protagonistas. Quem já é adulto, vai relembrar o que já viveu.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Entre mim e o que vejo
Este belo livro de poesia, do autor Morvan Ulhoa, encanta pela capa minimalista e de extremo bom gosto, pelo cuidado com a edição e principalmente pelo conteúdo.
O livro poderia se chamar 'Entre mim e o meu desejo' já que desejo é tema recorrente. Veja um exemplo:
Lanço a flecha e furo a escuridão da rua
enquanto animais crepusculares velam
a urgência ereta jazida em meu porão
suas mãos insanas e velozes
alimentam o desassossego
e despejam brasas sobre os meus pés descalços.
Muito bom. Mas infelizmente é difícil achar nas livrarias.
Pode achá-lo na página da editora na internet: Editora Thesaurus.
domingo, 22 de maio de 2011
QUARTO
O QUARTO é um livro narrado por um menino, Jack, que acabara de fazer cinco anos e que passou toda sua existência trancado em um quarto com a jovem mãe. O contato que Jack tem com o mundo exterior é uma velha tv (por onde passa um mundo de mentira) e o homem que chega à noite (quando Jack tem que ficar escondido no guarda-roupa) que traz 'presente de domingo', leva o lixo e faz a cama da mãe ranger 127 vezes ou mais.
O leitor descobre, através do olhar do menino, como ele chegou ali, como fez para sair e como o mundo 'Lá Fora' pode ser 'assustoso' e contraditório.
"Quando eu tinha quatro anos, eu achava que tudo na TV era só TV, aí eu fiz cinco e a Mãe desdizeu que uma porção de coisas eram só imagens do real e falou que o Lá Fora era totalmente real. Agora eu estou no Lá Fora, mas acontece que um monte dele não tem nada de real."
Um belo livro, com uma tradução cuidadosa.
sábado, 30 de abril de 2011
JANE EYRE
Desta vez não vou escrever sobre livros, mas sobre uma série da BBC baseada no em um livro, o romance de Charlote Brontë, Jane Eyre.
Tinha assistido a excelente versão de 1996 de Franco Zeffirelli, com Charlote Gainsbourg e William Hurt nos papéis principais. A nova versão da BBC, de 2006, consegue ser melhor.
A versão tem 4 episódios de cerca de 1 hora cada. Por isso, prepare-se para passar a tarde do sábado ou domingo viajando pelo século 19. Vale muito à pena!!!
Jane Eyre é uma órfã que é mandada para um abrigo pela tia, aos dez anos. Após vários anos de privação e solidão, ela sai do abrigo para trabalhar como tutora de uma menina na casa do rico Sr. Rochester. Lá ela encontra respeito, amizade e companheirismo, algo nunca antes vivido.
Estes sentimentos fazem crescer devagarinho um amor pelo Sr Rochester, um homem de temperamento inconstante, às vezes simpático e bem humorado, beirando o cinismo, às vezes sisudo e estúpido.
Mas naquela casa esconde-se um segredo que afetará a vida dos dois e impedirá a concretização do amor.
Após muitos percalços, o final feliz é possível, após duas mortes: a primeira, deixa Sr Rochester livre para ser feliz, a segunda, deixa Jane Eyre rica, tornando-se uma igual ao Sr Rochester, conforme costumes da época.
domingo, 24 de abril de 2011
Pequena Abelha
Como ando muito em aeroporto ultimamente, estou comprando livros antes do embarque sem uma análise muito apurada. O último livro foi Pequena Abelha, de Chris Cleave.
O livro conta a estória de duas pessoas: uma mulher inglesa de quase 40 anos e com um filho pequeno de cinco anos que insiste que é Batman e uma jovem africana de 15 anos.
As vidas destas duas mulheres se cruzam por acaso uma primeira vez, na África. E, dois anos depois, voltam a se cruzar, agora em Londres. Nas duas vezes a morte estava presente.
O autor consegue a proeza de escrever de duas formas diferentes em um só livro.
A estória narrada pela menina africana possui uma linguagem ousada e debate questões mais sérias e profunda.
A estória narrada pela mulher com o filho é um pouco vazia e sem qualquer análise psicológica.
Parece que o escritor criou a estória da menina e depois quis rechear o livro e foi criando a estória da mulher, de um modo um pouco descuidado.
O ponto alto do livro, ao meu ver, é a análise que a menina africana faz em como explicaria determinadas coisas e situações da vida inglesa para as amigas africanas.
Se cair na sua mão, leia.
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